Comunidades remanescentes permanecem com acesso bloqueado e exigem ação da justiça
As imagens foram cedidas ao SBT Bragança com exclusividade. Elas demonstram a real situação do acesso entre as comunidades remanescentes de Pontinha e Cigano, localizadas há 4 km da sede do município de Tracuateua, bloqueada por arame farpado e grandes pedras.
Os moradores da comunidade sofrem com a intervenção de um proprietário de terra que bloqueou a via de acesso da comunidade em setembro de 2017.
Desde então, as tentativas de passagem foram fracassadas, em alguns casos, os remanescentes foram recebidos com violência.
Com isso, estes moradores para visitar as comunidades precisam percorrer mais de 6km. Segundo os moradores, a passagem existe há mais de 300 anos, e ninguém poderia bloqueá-la.
Em 27 de janeiro as comunidades se reunirão em uma mesa redonda com participação da Universidade Federal do Pará, campus Castanhal, e representantes da OAB Pará que trata da defesa e igualdade racial, etnia e direitos dos Quilombolas no município de Tracuateua.
Como o caso segue na justiça, segundo informação de Ocimar Hermínio, presidente da associação de remanescentes quilombolas de Tracuateua, um delegado de polícia visitou o local, e informou a justiça que não havia bloqueio algum. O líder comunitário afirma que o delegado esteve em outro local, não no acesso em questão.
Informando ao líder que o acesso estava livre, Hermínio chegou a agradecer pensando que a passagem estava livre.
Alguns moradores chegaram a ir ao local para se certificar da informação, porém o acesso continua bloqueado, e segundo Hermínio, mais uma vez, os moradores foram recebidos com violência.
Isso gerou uma confusão e motivou os remanescentes a se dirigirem ao Fórum de Bragança na manhã desta terça-feira, 20, para exigir da justiça transparência no caso.
Uma comissão dos remanescentes deve procurar ainda esta semana a Delegacia Especializada em Meio Ambiente para registrar o caso e cobrar agilidade nos processos.